A MIGRÂNEA E CEFALEIA COMO PREDITORAS PARA INVESTIGAÇÃO DA DOENÇA CELÍACA E SENSIBILIDADE AO GLÚTEN NÃO CELÍACA:
uma revisão de literatura

A MIGRÂNEA E CEFALEIA COMO PREDITORAS PARA INVESTIGAÇÃO DA DOENÇA CELÍACA E SENSIBILIDADE AO GLÚTEN NÃO CELÍACA:
uma revisão de literatura

Monografia

É de conhecimento da maioria dos profissionais de saúde a alta prevalência das cefaleias e migrâneas na população brasileira, principalmente após a pandemia da covid e do estilo de vida atual. Mas com relação à doença celíaca (DC), a sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) ainda é desconhecida entre os profissionais e a população em geral, que levam ao subdiagnóstico tratamento incorreto e comorbidades relacionadas à questão. Este trabalho tem por objetivo enfatizar, por meio de uma revisão literária, a relação do glúten, da DC e da SGNC, com as cefaleias e a migrânea, promovendo o diagnóstico precoce e a maior assertividade nos tratamentos. A busca foi realizada nas três principais bases de dados da área da saúde: PubMed (incluindo Medline), LILACS e LIVIVO. Foi elaborada uma chave de busca com as palavras-chave e/ou descritores: DC, cefaleias, migrânea, SGNC, sintomas neurológicos da doença celíaca, contaminação cruzada de glúten no controle da doença celíaca, fisiopatologia da doença celíaca, nas Línguas Inglesa e Portuguesa. Tanto as cefaleias, migrânea quanto a doença celíaca e sensibilidade ao glúten não celíaca, apresentam etiologia multifatorial que se entrelaçam no fator eixo cérebro - intestino, fatores psicossociais, genética e dietoterapia. A DC e a SGNC são de difícil diagnóstico por serem multissistêmicas, podendo apresentar sintomas gastrointestinais e extra intestinais. Habitualmente, os profissionais de saúde somente investigam a doença quando encontram os sintomas clássicos gastrointestinais: dor abdominal, distensão abdominal, constipação, diarreia, déficit de crescimento/perda de peso, náuseas, refluxo e vômitos. Existem manifestações extra intestinais que podem servir de alerta para o profissional solicitar os exames de investigação diagnóstica: enzimas hepáticas anormais, artralgia/artrite, dermatite herpetiforme, alopecia, fadiga, anemia, estomatite, mialgia, distúrbios psiquiátricos, erupções cutâneas, baixa estatura, puberdade atrasada, osteoporose e infertilidade. A doença celíaca manifesta-se neurologicamente de várias maneiras, incluindo epilepsia, ataxia, distúrbios do humor, encefalite, neuropatia periférica, distúrbios neuromusculares,
demência, distúrbios de aprendizagem e atraso no desenvolvimento. Dentre todas essas, a enxaqueca representa uma das principais características da doença celíaca. Cientes dessas relações, os profissionais terão segurança e recursos a fim de conduzir e alcançar sucesso nos seus tratamentos de cefaleias e migrâneas. O objetivo dessa revisão foi trazer um alerta para que mais estudos sejam realizados para conseguirmos dados estatísticos dessa relação, promovendo mais ações dentro da saúde pública e privada.

Aline Moreira de Lima

Prof. Dr. Eduardo Januzzi

Belo Horizonte
2024

Faculdade Facsete

Português

DTM