Diagnóstico e manejo da Dor Neuropática Trigeminal Pós Traumática. Relato de Caso

Diagnóstico e manejo da Dor Neuropática Trigeminal Pós Traumática. Relato de Caso

Monografia

JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS: O termo Dor Neuropática Trigeminal PósTraumática descreve dores orofaciais neuropáticas persistente após eventos traumáticos. Clinicamente, engloba sinais de alterações somatossensoriais importantes como alodínia e hiperalgesia, responsáveis por grande perda de qualidade de vida para o paciente. Além de um acurado diagnóstico associado à terapias apropriadas, o acompanhamento dessa alterações bem como da resposta ao tratamento através de testes qualitativos sensoriais são de extrema importância para o bom manejo deste tipo de paciente. RELATO DO CASO: Este estudo descreve o caso de uma paciente, 42 anos, sexo feminino com queixa de dor tipo choque, frequente e de intensidade severa, grau 10 (EAV), iniciada após uma cirurgia de exodontia do elemento 38, a qual culminou com a fratura do ramo mandibular e posterior cirurgia de fixação rígida. Através de testes qualitativos sensoriais (QST), importantes alterações somatossensoriais de alodínia e hieperalgesia foram detectadas. Além disso, ela apresentava Desordens Temporomandibulares como co-comorbidade, com redução de abertura bucal (18 mm), artralgia na ATM LE, dor e desconforto ao mastigar. O diagnóstico foi Dor Neuropática Trigeminal Pós Traumática, Dor Miofascial Mastigatória e Cervical e Desordem Articular. O plano de tratamento envolveu terapia medicamentosa com gabapentina e ciclobenzaprina, injeções intra e extra bucais com SYNGEN®, terapia fisioterápica para musculatura e articulações, cirurgia e viscossuplementação articular. No final do tratamento, através do QST, foi possível acompanhar a redução da dor (EAV = 6), bem como das áreas de alodínia e hiperalgesia, ainda que não eliminadas. Também houve melhora do sono e dos quadros de Dor Miofascial, e Desordem Articular, com ganho importante na função (abertura máxima bucal - 37 mm).
CONCLUSÃO: O presente trabalho sugeriu que para adequado manejo da Dor Neuropática Trigeminal Pós Traumática é imprescindível um acurado diagnóstico acompanhado de um cuidadoso acompanhamento das alterações somatossenssorias, para o qual o QST representa uma excelente ferramenta clínica. Os benefícios do tratamento foram obtidos através de uma abordagem multidisciplinar, com diferentes modalidades terapêuticas melhorando de uma forma global a qualidade de vida do paciente.

BIANCA DE SANTI BONATTI OLIVEIRA; FLAVIA; TATIANA FOSCALDO

Eduardo Januzzi

BELO HORIZONTE
2016

Faculdade Facsete

Português

DTM e DOR Orofacial