Title
MICROCEFALIA ASSOCIADA AO ZIKA VÍRUS E SUAS ALTERAÇÕES NA
SAÚDE BUCAL DAS CRIANÇAS: uma revisão discutida da literatura.
SAÚDE BUCAL DAS CRIANÇAS: uma revisão discutida da literatura.
Subject
Monografia
Description
O Zika vírus é um arbovírus pertencente ao gênero Flavivírus (família Flaviviridae),
inicialmente isolado em macacos Rhesus na floresta Zika, localizado em Uganda na
África, em 1947. É transmitido principalmente por mosquitos do gênero Aedes,
tendo-se registrado também, através de pesquisas, sua transmissão por fluidos
corporais e pela via perinatal. Este vírus foi relatado em humanos a primeira vez em
1954 na África Ocidental e posteriormente foram identificados casos na África SubSahariana,
Polinésia Francesa e Sudoeste da Ásia entre outros. O Brasil é
atualmente o país com o maior número de infecções relatadas pelo vírus, e os
primeiros relatos ocorreram em 2014. Em 2015 ocorreu um surto causando grande
preocupação devido a possível relação do vírus com casos de microcefalias que
aumentaram muito na época, uma vez que, este vírus foi detectado no líquido
amniótico e placenta de mulheres com fetos microcéfalos, sendo posteriormente
comprovada sua relação. Os pacientes acometidos com microcefalia possuem um
perímetro cefálico inferior à média para o sexo e idade, e na maioria dos casos está
associado com à estrutura cerebral alterada, problemas de desenvolvimento e
características faciais alteradas. Estas características afetam o estado de saúde
geral e bucal dos pacientes dificultando o atendimento odontológico devido o pouco
conhecimento dos profissionais da odontologia sobre as características craniofaciais
e dentárias que eles apresentam. O presente trabalho teve por objetivo realizar uma
revisão de literatura para descrever as alterações clínicas e craniofaciais que
influenciam no atendimento odontológico aos pacientes diagnosticados com
microcefalia decorrente da infecção pelo Zika vírus a fim de influenciar e orientar o
cirurgião-dentista com relação a essa nova perspectiva na odontologia. Foi realizada
uma busca nas bases de dados Pubmed, Scielo, Google Acadêmico, BVS e site do
Ministério da Saúde. Para a localização de artigos foi considerado os termos, “Zika”,
“Zika vírus infection”, “microcephaly”, “changes in the oral cavity” e “dental changes”
que foram publicados nos anos de 2016, 2017 e 2018. Foram encontrados 663
artigos e 24 foram selecionados para esta revisão considerando os critérios de
busca da associação da microcefalia causada por ZIKV e alterações da cavidade
oral e dentárias. Considerando a literatura pesquisada, as crianças com
microcefalias apresentam alterações do esmalte dentário, alterações na cronologia e
sequência eruptiva dos dentes, que sugerem desarmonia do sistema
estomatognático podendo comprometer a dinâmica do crescimento craniofacial,
apresentar disfagia, bruxismo e respiração bucal. Essas alterações, associadas a
alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, como o retardo no
desenvolvimento cognitivo, motor e de fala, tornam essas crianças mais susceptíveis
para o desenvolvimento de doenças bucais, necessitando de cuidado
multiprofissional ao longo da sua vida. Devido a variabilidade e a imprevisibilidade
das consequências da microcefalia, é importante que mais estudos sejam
desenvolvidos com esse grupo de indivíduos para a melhor compreensão dos
agravos à saúde bucal e saúde geral.
inicialmente isolado em macacos Rhesus na floresta Zika, localizado em Uganda na
África, em 1947. É transmitido principalmente por mosquitos do gênero Aedes,
tendo-se registrado também, através de pesquisas, sua transmissão por fluidos
corporais e pela via perinatal. Este vírus foi relatado em humanos a primeira vez em
1954 na África Ocidental e posteriormente foram identificados casos na África SubSahariana,
Polinésia Francesa e Sudoeste da Ásia entre outros. O Brasil é
atualmente o país com o maior número de infecções relatadas pelo vírus, e os
primeiros relatos ocorreram em 2014. Em 2015 ocorreu um surto causando grande
preocupação devido a possível relação do vírus com casos de microcefalias que
aumentaram muito na época, uma vez que, este vírus foi detectado no líquido
amniótico e placenta de mulheres com fetos microcéfalos, sendo posteriormente
comprovada sua relação. Os pacientes acometidos com microcefalia possuem um
perímetro cefálico inferior à média para o sexo e idade, e na maioria dos casos está
associado com à estrutura cerebral alterada, problemas de desenvolvimento e
características faciais alteradas. Estas características afetam o estado de saúde
geral e bucal dos pacientes dificultando o atendimento odontológico devido o pouco
conhecimento dos profissionais da odontologia sobre as características craniofaciais
e dentárias que eles apresentam. O presente trabalho teve por objetivo realizar uma
revisão de literatura para descrever as alterações clínicas e craniofaciais que
influenciam no atendimento odontológico aos pacientes diagnosticados com
microcefalia decorrente da infecção pelo Zika vírus a fim de influenciar e orientar o
cirurgião-dentista com relação a essa nova perspectiva na odontologia. Foi realizada
uma busca nas bases de dados Pubmed, Scielo, Google Acadêmico, BVS e site do
Ministério da Saúde. Para a localização de artigos foi considerado os termos, “Zika”,
“Zika vírus infection”, “microcephaly”, “changes in the oral cavity” e “dental changes”
que foram publicados nos anos de 2016, 2017 e 2018. Foram encontrados 663
artigos e 24 foram selecionados para esta revisão considerando os critérios de
busca da associação da microcefalia causada por ZIKV e alterações da cavidade
oral e dentárias. Considerando a literatura pesquisada, as crianças com
microcefalias apresentam alterações do esmalte dentário, alterações na cronologia e
sequência eruptiva dos dentes, que sugerem desarmonia do sistema
estomatognático podendo comprometer a dinâmica do crescimento craniofacial,
apresentar disfagia, bruxismo e respiração bucal. Essas alterações, associadas a
alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, como o retardo no
desenvolvimento cognitivo, motor e de fala, tornam essas crianças mais susceptíveis
para o desenvolvimento de doenças bucais, necessitando de cuidado
multiprofissional ao longo da sua vida. Devido a variabilidade e a imprevisibilidade
das consequências da microcefalia, é importante que mais estudos sejam
desenvolvidos com esse grupo de indivíduos para a melhor compreensão dos
agravos à saúde bucal e saúde geral.
Creator
Fabíola Alves Mafra
Publisher
Profª Drª Andréa Gadelha
Date
João Pessoa
2019
2019
Contributor
Faculdade Facsete
Language
Português
Identifier
Odontopediatria